Lembro-me da primeira vez em que realmente me apercebi o que era a morte.
Foi numa noite de Inverno e foi uma sensação tão perturbadora, tão inquietante, tão "negra" que fiquei cheia de calafrios e picadelas no coração (e vontade de me enfiar na cama da mamã...mas guess what?Não estava em casa!)
Parecia que me tinham dado um grande soco no estômago e agora estava a ver tudo mais claro.
É horrível a certeza da nossa impotência face a este cenário.
Não há ABSOLUTAMENTE NADA que se possa fazer para a impedir e é exactamente isso que a morte tem de tão assustador!
É por todas estas razões que eu minto ao Gui.
Não lhe escondo nada, respondo-lhe abertamente a todas as questões, mas nesta é imperativo dourar a pílula um bocadinho e afastar-lhe os temores,quando se questiona acerca da sua própria mortalidade:
"Não,Gui. A nossa família não morre.Só,claro, se tiverem algum acidente ou assim,por isso é que temos que ter cuidado com os carros e não nos podemos debruçar nas janelas e assim...de resto, não nos acontece nada."
Ele tem muito tempo para descobrir a verdade.
7 comentários:
Bem, não é nada fácil, falar nesse assunto. A Catarina não me faz muitas perguntas sobre isso, mas já tem assistido a algumas pessoas na familia que desaparecem... felizmente não nos são chegadas.
Fazes bem. Se a morte assusta os adultos, imagina as crianças...
Enquanto os conseguirmos poupar não é? Beijinho e boa semana.
Sabes, um pouco por experiência própria, eu acho que as crianças têm uma capacidade enorme de assimilar as perdas, capacidade essa que muitas vezes nem imaginamos que existem! Fazes bem tentar pintar um pouco de cor de rosa esse assunto até para que não tenha medo e não sofra por antecipação, mas não tentes esconder para que se depois algo acontecer (que acredito que vai correr tudo bem :D ) ele não se sentir "enganado" ou desapontado....
Vai contando à tua maneira, vais sair-te bem :D
Mas não feches completamente a porta... pois na escola sabe-se tudo de uma forma enviezada!
Cara Me, myself& I!
A morte é um tema que nos assusta -Pais e Filhos - e, como tal, permita-me que a aconselhe a fazer o que eu próprio faço em relação às minhas filhas, isto é, digo o seguinte:
- Quando chegar esse dia (da morte) tu saberás que irás para um sítio melhor que este!
Mentira não digo nada disso - gostava de dizer, mas não consigo - digo, ao invés, o seguinte:
- Ainda falta muito tempo para chegar esse dia, para ai uns 100 anos!
Acredite que elas ficam radiantes por pensarem que eu irei morrer aos 140 anos!
Beijinho e boa semana para si e família!
Meu amor, é 1 assunto deveras sensível, I KNOW!!!!!! Mas as crianças têm 1 sistema de defesa fabuloso!!!!!!
Acreditas q eu tinha 5 anos qdo o meu avô materno morreu e não me lembro desse dia? Mas lembro-me de tê-lo visto dias antes no hospital (apenas esqueci que vi macas cheias de sangue e que disse à minha mãe que o queria levar dali p fora)e q ele falava tão baixinho q p o ouvir tinha de encostar o meu ouvido à boca dele. Ele tinha a cara áspera pois não lhe tinham feito a barba e lembro-me tb q fiquei contente pq a minhã mãe lhe deu à boca 1 grande colher de leite condensado, q era algo q eu ADORAVA e achei q aquilo ia fazer-lhe bem!!!
O tempo passou e qdo ia ao cemitério corria por entre as campas c o meu mano q tinha 3 anos na altura...Beijávamos a foto da campa após a msm ter sido lavada e íamos embora, tudo normal, p nós...
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